sobre não se levar a sério demais

Acho meio engraçado o quanto a gente se limita em relação as nossas atitudes ou o que nos traz diversão, o que nos deixa um pouco mais alegre ou nos entretém. Pra ser sincera, acho que nem é sobre "a gente", mas sim sobre eu mesma. Talvez todas as pessoas ou a maioria se permitam ser o que são sem pensar no julgamento alheio, e só eu que sou uma idiota e fico matutando o que os outros estão pensando de mim o tempo todo. De qualquer forma, escrevo isso pra todos aqueles que assim como eu pensam demais. Ou de menos. Ou escondem o seu eu verdadeiro. Ou sei lá, qualquer coisa assim. 

Primeiramente, nós deveríamos ser um pouco mais flexíveis com nós mesmos, sabe? O que quero dizer é: não é preciso levar a vida tão a sério assim. Ser adulto (ou quase adulto, como é o meu caso) às vezes é um saco, porque exigem da gente uma postura um tanto quanto diferente do que a gente costumava ter no começo da vida. É uma postura mais séria, mais chata. A gente começa a se cobrar muito, cobrar por perfeição ou por um desempenho que não seja minimamente medíocre em absolutamente tudo, até quando estamos nos divertindo. 

Vou dar um exemplo: digamos que você queira desenhar algo. Você do nada ficou com vontade de fazer um desenho de alguma situação que vivenciou, mas você nunca desenhou na vida, então tudo o que sai no papel são bolinhas e palitinhos um pouco tortos e algumas coisas que não se parecem muito com o que inicialmente você queria fazer. Mas você tem mais de 20 anos, não é meio absurdo ter habilidades tão básicas assim, quase nulas? Pois bem: não é. Não mesmo. Se divirta. Faça desenhos feios, feíssimos. Faça rabiscos, pinte fora da linha, sabe? Você meio que tem o direito de ser péssimo em algumas coisas. 

É por isso que eu digo que às vezes é libertador não se levar a sério o tempo todo. Eu sei que é difícil deixar essa voz interior ficar quieta e parar de julgar tudo o que fazemos, mas às vezes é melhor só colocar tudo no mudo e continuar sendo meio ruim mesmo, fazer o quê? 

Eu acho que isso pode ser uma constatação bem óbvia pra algumas pessoas. Tipo, uau, você descobriu que pode ser ruim em algo? Mas é verdade, eu confesso que tinha dificuldade em ser eu mesma, em fazer as coisas de uma forma sincera, do meu jeito, falhando. Principalmente porque na Internet nós temos pessoas tão, mas tão talentosas que deixam a gente meio intimidado quando mostramos nossa arte meio tosca pra elas. Dá aquela sensação estranha. Mas não acho que é necessário se intimidar Arte é arte, afinal. Ela é uma forma de expressar o que está dentro do seu coração. Ser bonita não é uma obrigatoriedade. Ainda bem.

Dito isso, eu admito: eu canto super mal. Eu desenho super mal. Eu escrevo de forma super medíocre, e quase nunca sai nada muito legal de dentro de mim. Mas é isso que temos pra hoje. É isso aí que eu sou. Quem não gostar... Bom, o que eu posso fazer? É o que eu sou. Não vou mudar. 

Inclusive, tem outro fator: a prática! Você pode ser super ruim em algo no início, mas pode ficar não-tão-ruim com o tempo, até ficar mais ou menos, até ficar aceitável, até ficar um pouco bom, e assim vai. Prática é a palavra chave. 

É uma pena que sou muito preguiçosa pra praticar o tempo todo, então vou ficar com essa arte medíocre mesmo.

Enfim, espero que eu veja mais artes medíocres, artes simples ou até artes feias como a minha no futuro. E que todo mundo volte a produzir, por mais simples que seja, o que tá dentro do seu coração.

Se quiser dar uma olhada no que tá dentro do meu coração, pode visitar meu depósito de rabiscos. Também tem o Instagram, que vai ser alimentado com coisas novas em breve.

Até mais!